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Carta do cardeal Tempesta aos sacerdotes: Espalhar esperança!

O cardeal Tempesta nesta Quinta-Feira Santa, dia de instituição da Eucaristia e do ministério ordenado, dirigiu-se aos sacerdotes agradecendo a Deus pela vida e missão de cada um.
Cardeal Orani João Tempesta – arcebispo do Rio de Janeiro
Meu caro padre! O próximo encontro nacional de Presbíteros terá como tema: “Presbíteros: testemunhas da esperança” e como lema: “Alegrem-se na esperança, perseverantes na tribulação e constantes na oração” (Rm 12,12). Caminhamos para o jubileu de 2025 para sermos todos peregrinos da esperança e para isso nos preparamos com o Ano da Oração. Desejo a cada um que seja testemunha alegre da esperança cristã!
Nesta Quinta-Feira Santa, dia de instituição da Eucaristia e do nosso ministério ordenado, quero dirigir-me aos queridos sacerdotes agradecendo a Deus pela vida e missão de cada um. Quero dirigir-me aos sacerdotes que vivem e trabalham em nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, e que esta palavra chegue ao coração de todos os sacerdotes, em sua missão: jovens ou idosos.
A todos quero acolher em meu coração e oferecer-lhes, como sempre faço, o meu ombro amigo. Neste sagrado dia da instituição da Eucaristia, quero levar uma palavra de esperança a todos que comigo levam adiante a missão nesta grande cidade sofrendo os cansaços, as inseguranças, as incompreensões e as dificuldades da missão. Mas falo particularmente para os que sofrem, os que estão enfermos, os que são perseguidos, marginalizados e também aqueles, que se encontram afastados de sua missão. Sim, todos são sacerdotes, pois fomos configurados a Cristo pela ação do Espírito Santo, e merecem a nossa proximidade e a nossa vizinhança espiritual! Estamos juntos e próximos nesta nossa caminhada de esperança nesta cidade onde Deus habita. A todos os sacerdotes que assumem responsabilidades diocesanas além daquelas de suas paróquias e que se desgastam para que o Reino aconteça o meu abraço fraterno e agradecimento a Deus.
Para este importante dia nesta mudança de época, tomo como referência o meu lema: “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). É uma grande consolação perceber siais dessa comunhão nas atitudes de tantos sacerdotes. Agradeço a Deus por isso e peço que os conserve sempre com essa disposição. Recordo sempre da frase evangélica do “Vamos pescar contigo”! Que esse “sentir com a igreja” cresça sempre mais entre nós. O nosso II Sínodo 2 Arquidiocesano está nos conduzindo à missão permanente. Como presbíteros, sacerdotes, padres, somos enviados ao mundo para ser e formarmos;
1. Presbitério: o presbitério que é a reunião e união na caridade fraterna de todos os presbíteros em torno do seu Bispo Diocesano. É exatamente o que fazemos nesta Quinta-Feira Santa quando participamos da Missa do Santo Crisma e renovamos nossa consagração sacerdotal. É no conjunto do presbitério que desenvolvemos o afeto colegial, a fraternidade animada num só coração e, por Cristo, no Espírito Santo, conduzidos a Deus Pai a vivermos a missão na sinodalidade. A sinodalidade não pode ser caminhar somente com aqueles que nós amamos, queremos bem ou temos sintonia, mas caminhar todos juntos – na diversidade de dons e carismas – para manifestar-se a riqueza da universalidade da Igreja.
2. Consagrado a Cristo, o padre é sempre o homem da comunhão: Toda a vida sacerdotal é marcada fortemente pelo impulso do Espírito, que leva o sacerdote a assumir os mesmos sentimentos e ações de Cristo (Fl 2,5). Sua vocação, ele a compreenderá sempre com a clara referência aos outros. Ele é sacerdote para os outros, e não para si mesmo. O sacerdote é chamado a construir pontes de comunhão na vida da Igreja e que esta comunhão seja sinal da santidade da Igreja no mundo.
3. O padre é o homem da acolhida: o padre acolhe a todos os que batem às portas de sua comunidade. Consideremos que o Papa Francisco insistiu em Lisboa: “devemos acolher todos, todos, todos” o sacerdote é o homem consagrado para a comunhão e a acolhida. Acolher, se traduz numa atitude samaritana, com santa paciência, em especial, os doentes, os marginalizados, os desempregados, os sem casa e sem teto, os excluídos e os que vivem às margens da sociedade, todos os que procuram a Igreja.
4. O padre é homem da fraternidade: ao pregar o amor fraterno e a solidariedade, devemos levar em conta que é necessário primeiro, viver a fraternidade entre os próprios padres para que nosso testemunho seja credível aos fiéis leigos e por esta humana ação santifique o povo de Deus que é confiado ao nosso cuidado pastoral. A fraternidade ou a amizade social tem sentido se nos esforçarmos por vivê-la no cotidiano de nosso ministério de dispensadores dos mistérios sagrados poia somos irmãos pelo batismo e pela ordenação sacerdotal. Fraternidade, tem a ver com paciência, com a capacidade 3 de sentir-se responsável pelos outros, de carregar seus fardos. É uma atitude que nasce do coração. A falta de fraternidade atormenta os nossos ambientes eclesiais, causa uma fadiga na pedagogia do amor. O amor fraterno, lembra o Papa Francisco, “não busca seu próprio interesse, não deixa espaço para a raiva, para o ressentimento”, não se lembra “para sempre do mal-recebido” a ponto de talvez “gozar da injustiça quando se trata da pessoa que me fez sofrer”, e “considera um pecado grave atacar a verdade e a dignidade dos irmãos através de calúnias, maledicências, fofocas”.
5. O padre é homem da proximidade. Os padres devem estar sempre disponíveis para a vivência da acolhida e da fraternidade. A misericórdia, tão cara ao Papa Francisco, passa pela escuta, pela oração em comum, e pela caridade fraterna. Sejamos próximos dos mais próximos para que o nosso testemunho nos ajude a acolher os mais distantes.
6. O padre é o homem da oração. A oração do sacerdote, além das obrigatórias da Liturgia das Horas, é o sustentáculo da vida e do ministério presbiteral. O sacerdote é considerado o homem do Espírito. O seu agir é segundo a vontade do Pai, como Cristo, sob a ação do Espírito que foi derramado em sua vida mediante a ordenação sacerdotal e continua permanentemente. O padre que tem dificuldade de tirar um tempo especial durante o dia de trabalho para a oração, esvazia o seu ministério. É através da oração que o padre evangeliza e se fortalece na missão de pastorear, os fiéis percebem quando o padre é um homem de oração, ele é homem guiado por Deus, graça passa através dele para ser mediador entre Deus e os homens. Neste ano da oração em preparação ao grande jubileu de 2025 somos chamados a aprofundar ainda mais nossa escuta do Senhor que passa em nossas vidas.
7. O padre é o homem que constrói pontes. Nós somos dispensadores dos mistérios sagrados e a nossa função é ligar e desligar, é amar e perdoar, ser o bom odor do Cristo que carregamos no exercício público de nosso ministério. Em 2013, o querido Papa Francisco afirmava: “O sacerdote que sai pouco de si mesmo, que unge pouco, perde o melhor do nosso povo, aquilo que é capaz de ativar a parte mais profunda do seu coração presbiteral”. O padre tem a missão de construir pontes.
8. O padre é o homem da caridade. Sim, o padre é o primeiro que acolhe os marginalizados, os descartados, os perseguidos, os que 4 vivem em zonas de vulnerabilidade. Acolher sem prejulgamentos. Acolher sem preconceitos. Acolher com compaixão. São tantos que gastam suas vidas em prol dos necessitados procurando minimizar os sofrimentos do próximo.
9. Proximidade com o Bispo Diocesano: eu gostaria de reafirmar que estou sempre aberto para escutar, ouvir, dialogar e acolher a todos os sacerdotes, já que ninguém é detentor da vontade de Deus, que deve ser entendida somente através do discernimento. Evitem, caros padres, o fechamento em si mesmo e procure sempre um colega ou diretor espiritual para desabafar, se reconstituir. O seu caminho que deve ser sempre um caminho rumo ao horizonte que é Cristo!
10. Lembro, por fim, que nós não somos executivos de um ofício, mas pastores do rebanho por quem damos a vida. O Papa Francisco na Evangelii gaudium recomenda aos bispos de “praticar a arte de escutar, que é mais do que ouvir”. A primeira coisa, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não há um verdadeiro encontro espiritual”. Hoje temos os passos da conversação espiritual e o discernimento nesse caminhar da igreja sinodal. 11.Vivamos, no nosso ministério o amor fraterno. Ensina o Papa Francisco que “O amor fraterno, se não queremos adoçá-lo, acomodá-lo ou menosprezá-lo, é a “grande profecia” de que, nesta sociedade de desperdício, somos chamados a viver. Eu gosto de pensar no amor fraterno como uma academia do espírito, onde dia após dia nos confrontamos e temos o termômetro de nossa vida espiritual.” Somente “quem procura amar está seguro”, resume o Papa Francisco, porque “quem vive com a síndrome de Caim”, convencido “de que não pode amar porque sente sempre de não ter sido amado”, justamente por causa disso “é mais expostos ao mal: a se machucar e a fazer o mal”. Eu diria até mesmo que onde a fraternidade sacerdotal funciona e existem laços de verdadeira amizade, também é possível viver a escolha celibatária com maior serenidade. Vivemos com um coração indiviso a serviço do querido povo de Deus.
Lembro que o lugar de todo sacerdote “é no meio do povo”, para descobrir que Jesus crucificado “quer nos usar para nos aproximar cada vez mais de seu amado povo”. Ele “quer que toquemos a miséria humana”, e que conheçamos “o poder da ternura”. Esta proximidade, como os outros, convida o Papa Francisco, de fato “exige, continuar o estilo do Senhor”, 5 feito “de compaixão e ternura, porque ele é capaz de caminhar como o Bom Samaritano”. Como aquele que “reconhece as feridas de seu povo”, os sacrifícios “de tantos pais e mães para manter suas famílias, e as consequências da violência, corrupção e indiferença”.
Um pensamento muito carinhoso e agradecido pelos nossos sacerdotes idosos ou enfermos que gastaram suas vidas em prol do evangelho e hoje continuam pregando a palavra de Deus com a vida de oração e contemplação, uma parte deles residente na Casa do Padre Cardeal Câmara, a quem abraço com carinho e respeito.
Não poderia deixar de levar também meu abraço e fazer a minha visita muito cordial aos sacerdotes que estão fora do ministério: continuam nossos irmãos e a caridade começa dentro de casa. Recebam minha proximidade espiritual!
Ao cumprimentar cada um dos sacerdotes, com alegria no coração peçolhes ânimo, coragem e ardor missionário em seu ministério. Estamos a caminho do jubileu da esperança! Quero com fraterno coração, pedir aos amados sacerdotes que nestes dias do Tríduo Pascal vivam com alegria e paz e sejam confirmados com estes apontamentos que estou sugerindo para uma reflexão profunda na caminhada eclesial. A acolhida que devemos ter a começar pelos nossos irmãos sacerdotes, acolhendo a todos os fiéis sem distinção, oferecendo assim o testemunho da caridade e da compaixão que é a gênese de nosso ministério! Só Deus vê o interior do coração das pessoas e a missão sacerdotal é recuperar os que estão caídos na beira do caminho. A gênese da Páscoa é a vida e a vida plena que venceu a morte e o pecado! Com a Páscoa tudo recomeça, é o novo início para todos nós. Renovamos as promessas sacerdotais e as do nosso batismo, renovamos os sinais dos Ramos e dos Santos Óleos. Renovamos nossas vidas com a celebração penitencial e com as práticas quaresmais. Que seja este tempo um novo início como se estivesse começando agora. Sejam ainda mais sinais de esperança para nosso povo como vocês já tem sido. Deus abençoe o seu ministério e acolha a todos, todos, todos! Feliz e Santa Páscoa! Um abraço fraterno!
Mais uma vez beijo a mão consagrada de cada um de vocês e peço que Deus abençoe a todos! Orani João

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O Papa: muitos conflitos abertos, não ceder à lógica das armas

Francisco divulgou uma carta por ocasião dos 80 anos do voto de Pio XII e da cidade de Roma a Maria Salus Populi Romani durante a fúria da II Guerra Mundial. O Pontífice pede que o aniversário seja uma oportunidade para “meditar em torno do terrível flagelo da guerra”. Olhando para a Ucrânia, Oriente Médio, Sudão e Mianmar, exorta a ouvir os “gritos de terror e de sofrimento” que questionam a consciência de todos e a “trabalhar pela paz na Europa e no mundo”.
Mariangela Jaguraba- Vatican News
O Papa Francisco enviou uma carta ao vice-gerente da Diocese de Roma, dom Baldassarre Reina, por ocasião dos 80 anos do voto de Pio XII e da cidade de Roma ao ícone de Nossa Senhora conhecido como “Salus Populi Romani” durante a II Guerra Mundial.
O Pontífice une-se espiritualmente a toda a comunidade diocesana que celebra pela primeira vez a memória litúrgica da Salus Populi Romani, e recorda o voto que o povo de Roma e seu Pastor, Papa Pio XII, fez a Nossa Senhora em 4 de junho de 1944 para implorar a salvação da cidade, quando o confronto direto entre o exército alemão e os aliados anglo-americanos estava prestes a acontecer”, escreve o Papa no texto.
“A devoção ao antigo ícone conservado na Basílica de Santa Maria Maior está viva há séculos no coração dos romanos, que recorriam a ele para fazer súplicas e invocações, especialmente durante pragas, desastres naturais e guerras”, escreve ainda Francisco. “Os eventos marcantes da vida religiosa e civil de Roma eram registrados em frente a essa imagem. Portanto, não é de surpreender que o povo romano desejou confiar-se mais uma vez a Maria Salus Populi Romani enquanto a Urbe vivia o pesadelo da devastação nazista”, ressalta ainda o Papa.

Pio XII com os cidadãos romanos após o bombardeio do bairro de São Lourenço

Não ceder à lógica das armas
De acordo com Francisco, “oitenta anos depois, a lembrança desse acontecimento tão cheio de significado quer ser uma ocasião para rezar por aqueles que perderam a vida na II Guerra Mundial e para fazer uma meditação renovada sobre o tremendo flagelo da guerra”.
Muitos conflitos em diferentes partes do mundo ainda estão abertos hoje. Penso em particular na martirizada Ucrânia, na Palestina e Israel, no Sudão e Mianmar, onde as armas ainda fazem barulho e mais sangue humano continua sendo derramado.

“Esses são dramas que afetam inúmeras vítimas inocentes, cujos gritos de terror e sofrimento questionam a consciência de todos: não podemos e não devemos ceder à lógica das armas!”

O apelo de Paulo VI à ONU
O Pontífice recorda que “vinte anos após o fim da II Guerra Mundial, em 1965, o Papa São Paulo VI, falando na ONU, perguntou: ‘Será que o mundo chegará a mudar a mentalidade particularista e bélica que até agora teceu grande parte de sua história?'” Segundo Francisco, “essa pergunta, que ainda aguarda uma resposta, estimula todos a trabalhar concretamente pela paz na Europa e em todo o mundo”.

“A paz é um dom de Deus que também deve encontrar hoje corações dispostos a acolhê-lo e trabalhar para serem construtores da reconciliação e testemunhas da esperança.”

Ser construtor de paz
Francisco espera “que as iniciativas promovidas para comemorar o voto popular à Mãe de Deus, nos quatro lugares que foram protagonistas daquele acontecimento, possam reavivar nos romanos a intenção de serem construtores de uma verdadeira paz em todos os lugares, relançando a fraternidade como condição essencial para recompor conflitos e hostilidade”. “Pode ser construtor de paz”, ressalta o Papa, “quem a possui dentro de si e, com coragem e mansidão, se compromete em criar vínculos, em estabelecer relações entre as pessoas, em apaziguar as tensões na família, no trabalho, na escola, entre os amigos”.
O Pontífice conclui a carta, pedindo a Nossa Senhora Medianeira para que “obtenha para toda a humanidade o dom da concórdia e da paz” e confia “todos os habitantes de Roma, especialmente os idosos, os doentes, as pessoas sozinhas e em dificuldade, à intercessão materna da Salus Populi Romani”.

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Indonésia. Ilha de Flores ainda é uma “terra prometida” de vocações

“Em junho e julho estão programadas várias ordenações diaconais entre os vários institutos missionários. No domingo, 2 de junho, 48 foram ordenados diáconos Verbitas, que serão seguidos por outros 8 diáconos Carmelitas no dia 7 de junho, e 27 interdiocesanos (Dioceses de Maumere, Ende, Ruteng, Larantuka e Denpasar) no domingo, 9 de junho. A esses se seguirão as ordenações de cinco diáconos Camilianos no próximo dia 14 de julho, na festa de nosso fundador, São Camilo de Lellis”, conta Pe. Galvani
Vatican News

 

Em 1924 os vigários e prefeitos apostólicos encontraram-se pela primeira vez, para definir uma orientação comum sobre diversas questões da vida da Igreja e sobre a relação com as …

“Nesta época de final de ano letivo, estamos obtendo bons resultados vocacionais. Nós, Camilianos, tentamos nos manter em forma tanto quanto possível com muitas pequenas coisas boas para fazer, não apenas no campo vocacional, mas também com nossas iniciativas sociais e de caridade.”
É o que conta à agência missionária Fides o padre Luigi Galvani, pioneiro na Diocese de Maumere, na Indonésia, onde os Missionários Camilianos estão presentes em três dioceses com 4 seminários, dois centros sociais onde coordenam um programa de nutrição para 160 crianças pobres, apoio à distância para cerca de 20 estudantes merecedores, um projeto de “casas especiais” para libertar os doentes mentais de situações de opressão e, por fim, um modesto projeto de produção de água mineral e do sorvete “São Camilo”.
Ordenações diaconais entre os vários institutos missionários
“Em junho e julho – explica ele – estão programadas várias ordenações diaconais entre os vários institutos missionários. No domingo, 2 de junho, 48 foram ordenados diáconos Verbitas, que serão seguidos por outros 8 diáconos Carmelitas no dia 7 de junho, e 27 interdiocesanos (Dioceses de Maumere, Ende, Ruteng, Larantuka e Denpasar) no domingo, 9 de junho. A esses se seguirão as ordenações de cinco diáconos Camilianos no próximo dia 14 de julho, na festa de nosso fundador, São Camilo de Lellis”.
A mais católica das 17.000 ilhas do arquipélago indonésio

Em algumas áreas do país, que o Papa visitará em setembro, membros do clero local e de ordens religiosas masculinas e femininas moram por alguns dias em famílias católicas, …

“Nos próximos meses, haverá também as profissões religiosas de numerosos noviços e noviças dos vários institutos masculinos e femininos presentes na Diocese de Maumere, que, no momento, atingiram o número de 62 comunidades religiosas”.
“Todos esses resultados vocacionais encorajadores – conclui o missionário – certamente recompensam o empenho dos vários promotores, mas também são um testemunho da fé e do espírito missionário de centenas e centenas de famílias na ilha de Flores, que continua sendo a mais católica das 17.000 ilhas do arquipélago indonésio. Talvez seja também por isso que Flores é chamada de “terra prometida” de vocações.
(com Fides)

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África Central, quando uma Porta Santa se abriu para o mundo

O Jubileu Extraordinário da Misericórdia, em 2015, foi aberto em um lugar sem precedentes, longe do coração cristão do mundo, a Basílica de São Pedro, mas dentro do coração do Papa Francisco, em Bangui. O cardeal Dieudonné Nzapalainga, então arcebispo da capital da África Central, revive aquele dia memorável e o significado benéfico que a visita do Pontífice produziu ao longo do tempo.
Maria Milvia Morciano e Jean Charles Putzolu – Vatican News
É tarde e a noite se prepara lentamente para chegar, tingindo o céu de rosa e dourado. A porta da Catedral de Notre-Dame em Bangui se abre, empurrada por duas mãos firmes. A figura de Francisco está de pé, vigorosa. Muitos anos se passaram desde aquele 29 de novembro de 2015, o primeiro dia do Advento e a data de início do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que foi inaugurado, antecipadamente, em um lugar igualmente extraordinário, na capital da África Central. Pela primeira vez na história, a abertura da Porta Santa não se realiza na Basílica de São Pedro, no túmulo do Apóstolo, no centro do mundo cristão, mas em um lugar remoto, para muitos desconhecido.
Capital espiritual
A África Central é um dos países mais sangrentos e divididos do mundo. O Papa o escolheu justamente por esse motivo, para levar misericórdia e uma mensagem de paz a uma “terra que está sofrendo há vários anos com a guerra e o ódio, a incompreensão e a falta de paz. Mas nessa terra sofrida há também todos os países que estão passando através da cruz da guerra. Bangui se torna a capital espiritual da oração pela misericórdia do Pai. Todos nós pedimos paz, misericórdia, reconciliação, perdão, amor. Por Bangui, por toda a República Centro-Africana, por todo o mundo, pelos países que estão sofrendo com a guerra, pedimos paz!”, disse o Papa na praça da igreja, depois de sair de um papamóvel, desprovido de qualquer proteção contra possíveis perigos, onde o imã também concordou em se sentar.
Um gesto universal compreendido por todos
Uma tradição antiga é transferida para um país jovem. O significado de abrir a Porta Santa e cruzar o limiar está enraizado em um simbolismo ancestral que, em Bangui, se ramifica e dá novos frutos. Ele está revestido de futuro. O gesto do Papa Francisco foi revolucionário porque, em um lugar fechado, cheio de barreiras, ele abre uma porta para a esperança, convida as pessoas a entrarem para encontrar misericórdia e paz, para encontrar Cristo e serem transformadas. Ele traduz de forma cristã uma metáfora compreensível para todos, em qualquer lugar do mundo, de qualquer tradição, religião, experiência e história. Todos entendem que se trata de um rito de passagem fundamental e sagrado.
A linha de fronteira, o limes latim, ponto final, fechamento, é transformada em limen, limiar, abertura. Talvez não seja coincidência o fato de duas palavras opostas conterem a mesma raiz, mas é interessante lembrar o fato de que, na linguagem eclesiástica, a “visitatio ad limina apostolorum” é a visita dos peregrinos aos túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo, que remonta aos primeiros séculos da Igreja, mais tarde estendida aos bispos. Tudo fala de Jubileu.
Portas Santas em toda parte
Naquele ano de Misericórdia, muitas Portas Santas foram abertas em todo o mundo, quase um sistema solar composto por milhares de estrelas brilhantes espalhadas pela Terra, mesmo nos lugares mais remotos. Foi uma grande oportunidade, um presente dado a todos, mesmo àqueles que, por vários motivos, não podiam se locomover e viajar. Foi um jubileu extraordinário que pôde ser vivenciado em todas as igrejas locais, permitindo que aqueles que quisessem vivenciar plenamente o evento, fazer a peregrinação e atravessar a Porta da Misericórdia em sua própria diocese.
Uma esperança que vem de Roma
O cardeal Dieudonné Nzapalainga, então arcebispo de Bangui, é um dos intérpretes nodais de seu país. Sua história é de fé e de uma árdua “luta pela paz”, lembrando o título de seu livro na versão italiana, publicado pela Livraria Editora Vaticana em 2022. O cardeal centro-africano compartilhou com a mídia vaticana, aos microfones de Jean Charles Putzolu, a memória daqueles dias e as consequências benéficas da visita do Papa à África Central.
Gostaria de levá-los de volta ao dia 29 de novembro de 2015, o primeiro domingo do Advento, quando o Papa Francisco abriu a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia. Foi em Bangui, na República Centro-Africana, portanto, em seu país: uma tradição muito antiga chegando a um país jovem. Em sua opinião, qual foi o significado desse gesto para todos os centro-africanos?
É um gesto único na história não apenas da Igreja universal, mas também da nossa Igreja.
Porque nós, centro-africanos, diante da violência, do sofrimento e da morte, encontrando-nos vivendo em um estado de absurdo, sentimos a esperança que veio de Roma por meio do homem de Deus, o Papa, que veio para aplacar, para trazer paz, tranquilidade e perdão, para trazer reconciliação, convidando nós, centro-africanos, a abrir as portas de nossos corações, cheios de ódio, rancor e vingança, para que pudéssemos nos enfrentar. É por isso que ele mesmo disse para depormos nossas armas: “leve a justiça, leve o amor”. Acredito que seu gesto será sempre lembrado aqui na República Centro-Africana. Muçulmanos, protestantes, católicos, todos nós somos unânimes em dizer que sua chegada foi salutar.
E o Papa de fato chegou. Ela se lembrou dessa mensagem, desse chamado para depor as armas. Havia uma enorme tensão até quase dois dias antes de sua chegada a Bangui. Houve mais tensão desde então? Essa mensagem foi ouvida? A mensagem do Papa foi ouvida e atendida? As armas ficaram em silêncio?
Acho que a mensagem foi ouvida. Passamos seis meses desde a partida do Papa como se estivéssemos em um país normal, algo impensável até dois dias antes de sua chegada. Sua chegada aliviou a pressão. Vimos muçulmanos saindo de seus enclaves para se juntarem a seus irmãos e irmãs católicos no estádio, para participar da grande celebração. As pessoas iam e vinham. O Km 5 [marco 5] era considerado um local onde havia muitas armas e, portanto, não se podia entrar. Mas fui até lá com os cristãos para acompanhar o Papa, dizendo aos muçulmanos: “vamos caminhar juntos!”
O Papa veio de Roma para a República Centro-Africana, os cristãos de Bangui deixaram nossos bairros para ir ao encontro de nossos irmãos, caminhando pela paz. Bem, nós marchamos e continuamos a fazê-lo desde aquele dia. Um líder rebelde nos disse que deveríamos conversar sobre espiritualidade com os imãs. Os imãs organizaram uma grande reunião para pedir aos líderes rebeldes que depusessem suas armas e muita coisa mudou desde então. Isso também foi resultado da visita do Papa.
Os imãs realizaram um grande encontro para pedir aos líderes rebeldes que deponham as armas e isso mudou muito. Esse também foi o resultado da visita do Papa, que nos deu um empurrão, nos fez recomeçar e agora estamos vendo os resultados. Hoje as armas não circulam mais como antes.
Em sua opinião, quais foram os outros frutos desse evento?
Foram os encontros entre jovens muçulmanos e jovens cristãos. Encontros bastante regulares entre mulheres muçulmanas e mulheres cristãs, e entre nós, líderes. Há pouco tempo, em março, uma mesquita a 250 quilômetros daqui foi vandalizada. O imã, o pastor protestante e eu falamos ao coração de nossos fiéis para desarmá-los e convidá-los a cooperar, respeitar, valorizar e respeitar o local. Esse, em minha opinião, é o fruto dessa passagem. Agora também pedimos que a justiça seja feita. Isso significa que aqueles que perderam suas casas devem poder recuperá-las, o que significa que aqueles que moram na casa do vizinho há muito tempo devem ter a gentileza de sair. E nós, líderes religiosos, trabalhamos com o coração. Há alguns que saem para deixar a casa para os proprietários sem passar pelos tribunais ou pelo Estado. Portanto, acho que isso também é proveitoso. Agora os corações estão dispostos e podemos conversar, podemos imaginar um futuro comum.
Quando o senhor diz que eles saem de casa, é porque eles realmente a devolvem ao seu legítimo proprietário, certo?
Exatamente isso.
Em um nível mais pessoal, Vossa Eminência, quais são suas lembranças mais fortes e talvez mais vívidas daquele período?
A lembrança mais vívida é a de entrar no quilômetro 5 dois dias antes: era impossível atravessar o posto de controle. Eu estava lá. Vi com meus próprios olhos: o Papa escolheu ir em um veículo não blindado, mas em campo aberto. Todos sabiam que havia muitas armas no local. Francisco teve a coragem de ir até lá e vimos que o imã também concordou em ir no papamóvel. Essa é a imagem mais forte. Quando saí para ir ao estádio, vi muçulmanos saindo em massa, arriscando suas vidas. Foi sua fé que os levou a sair. Um imã nos disse: ‘O Papa não veio para vocês, cristãos, mas para nós, muçulmanos. Estávamos no enclave, estávamos na escravidão. Ele nos libertou!”
Eminência, uma última pergunta: o senhor se tornou inseparável do Imã… entre cristãos e muçulmanos e também com os protestantes. Vocês realizam iniciativas juntos quase diariamente. Esse é outro fruto. É claro que é o resultado de seu trabalho, mas também é o resultado da visita do Papa…
A visita do papa nos confortou, incentivou e apoiou nesse trabalho. E fomos nós três que pedimos a ele que viesse à República Centro-Africana. Acho que todos nós somos gratos a ele. Esse é o fruto de sua passagem.
O Jubileu de 2025. Como estão se preparando para ele?
O Jubileu de 2025 é um momento importante para a Igreja. Bem, já estão sendo criados grupos aqui para refletir, orar, reunir-se e também para ver como, localmente, viveremos esse momento. Este ano celebraremos 130 anos de evangelização na República Centro-Africana e, ao mesmo tempo, estaremos caminhando para 2025, que está logo ali, e estamos trabalhando em ambos. Portanto, acho que há muito entusiasmo. Eu estava com um grupo de jovens que se encontrava na igreja em massa e dissemos uns aos outros: este é um momento importante porque é um momento de graça, mas também é um momento complicado e elevado. Não podemos deixar passar esse momento favorável.

O cardeal Dieudonné Nzapalainga

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