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Artigo faz análise à luz da ciência, da antropologia e da bioética, sobre a eutanásia

Um grupo de alunos da Especialização em Ciências Religiosas, egressos da Escola Universitária Católica de Cabo Verde (EU Católica) publicou um artigo científico de alcance internacional, na Revista Ibero-americana de Bioética, na segunda (18) de março deste ano.
Vatican News
Neste artigo realizam uma pesquisa, a partir da Bioética Teológica, sobre a Eutanásia. A incipiente temática da despenalização e legalização da eutanásia que poderá em curto prazo chegar a Cabo Verde.
A despenalização e a legalização da Eutanásia tem sido uma onda que avança de forma silente pelo mundo, nesta que se tem tornado numa era de direitos, de direito aos direitos sem um referencial. Surge também como um direito da pessoa numa condição em que o sofrimento lhe pareça insuportável. Quer-se fazer crer como um grito legítimo da autonomia. Há necessidade de uma reflexão séria sobre a temática por tudo aquilo que arrasta consigo, desde a noção de quem é a pessoa humana, o valor da vida humana e os seus limites naturais. Toda esta realidade é transversal à sociedade cabo-verdiana.
O grupo foi composto pelos alunos cabo-verdianos: Janaína Vicente (médica geral), Enilce Leite (professora), Vera Costa (professora), Maria de Lourdes Veiga (pilotagem e avaliação dos sistemas educativos), Irmã Lucinda Garcia (religiosa consagrada) e Clara Barros (ciências da educação e práxis educativa), ambas as alunas da disciplina de Bioética Teológica, da Especialização em Ciências Religiosas (EU Católica Cabo Verde) e pertencentes à Diocese de Santiago, em Cabo Verde. E pelo brasileiro, Êndel Alves Gomes de Oliveira (biólogo, bioeticista, professor, pesquisador, escritor e conferencista), Doutorando em Bioética (APRA – Ateneo Pontificio Regina Apostolorum, Itália) e em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento (UFPE – Universidade Federal de Pernambuco), membro da Arquidiocese de Olinda e Recife, em Pernambuco, no Brasil.
A defesa da dignidade humana deve ser uma tarefa global e globalizante. Deve ser contagioso e contagiante. Assuntos que causam desconforto ou incomodam e, por isso, se tornam proibitivos, tabus, desvalorizados e velados, não deixam de existir por serem camuflados por uma liberdade ilusória que aprisiona, ou então vistos como retrocesso devido a uma evolução da sociedade que se expressa na e pela produtividade do indivíduo, desconectando o sentido da vida do plano existencial e transcendente, para o material e para o aqui e o agora.
Este artigo pretende nesta lógica chamar a atenção para esta questão, da eutanásia; despertar para a discussão e/ou provocar e gerar espaços de discussão em todos os âmbitos sobre esses temas complexos, profundos e concretos que dizem respeito à pessoa humana, à sua dignidade e ao seu entorno.
Há que haver uma abertura dos elementos da própria sociedade para este tipo de diálogo, com a necessária confrontação com a realidade atual, se objetive. Perante a crise de valores e, neste caso, contra a própria dignidade da vida humana, deve fazer-nos refletir a melhor forma como poderemos ajudar os jovens a resgatar e crescer nesses valores.
A eutanásia caracteriza-se como uma falácia da sociedade contemporânea. Qual é a questão, ou o que esperar da sociedade cabo-verdiana se for exposta à proposta de despenalização ou legislação sobre a eutanásia? Hoje, uma pessoa pode sentir-se indigna de querer continuar viva, mas a eutanásia nunca é uma solução.
Referência do artigo: VICENTE, Janaína; LEITE GOMES, Enilce; COSTA, Vera; LOURDES VEIGA, Maria; GARCIA, Lucinda; BARROS, Clara; ALVES, Êndel. A eutanásia como armadilha de uma sociedade algofóbica. O vislumbre da percepção da eutanásia pelos profissionais de saúde em Cabo Verde – exemplo do Hospital Regional Dr. Santa Rita Vieira. Revista Iberoamericana de Bioética, n. 24, p. 01-24, 2024.
Disponível em: Link da revista:
Para contatos: Prof. Biol. MSc. MBe. Êndel Alves (endel.maria@gmail.com)
Dra. Janaína Vicente (djanavicente@gmail.com)
 

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