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Coreia do Sul. Arcebispo de Seul: na Páscoa, “nossas vidas se entrelaçam com o Eterno”

A fé na ressurreição de Jesus “implica um profundo reconhecimento de que nossas vidas neste reino temporal estão entrelaçadas com o Eterno”- Essa certeza “implica um compromisso sincero de abraçar a vida em sua totalidade, mesmo em meio às provações da adversidade, como o fracasso, a doença, a separação, a erosão do amor. A ressurreição de Jesus nos dá a esperança de que essas ‘mortes’ não são o ponto final, mas sim um novo começo, imbuído do poder divino”, afirma dom Peter Chung Soon-taick OCD
Vatican News

“A ressurreição de Jesus Cristo é um profundo testemunho do fato de que nossa existência mortal transcende os limites temporais deste mundo, mas está conectada à vida eterna. Seu significado transcende a extensão de nossa vida física e prevista, mas conecta nossa vida à vida eterna”, disse dom Peter Chung Soon-taick OCD, arcebispo de Seul, na Coreia do Sul, e administrador apostólico de Pyongyang, na Coreia do Norte, em sua mensagem para a Páscoa.
A reflexão parte de uma análise sociológica, lembrando que, há apenas algumas décadas, era costume na Coreia do Sul celebrar o 60º aniversário com grande pompa, na cerimônia chamada “Hwangap”. No entanto, com o aumento da duração média da vida, agora há uma tendência de evitar até mesmo a comemoração do 70º aniversário, chamada de “Gohui” – que desde antigamente significa “uma coisa muito rara” -, pois se percebe que ainda há um longo caminho a percorrer na vida.
De fato, observa-se que a longevidade coletiva teve um aumento significativo. As estatísticas revelam que a expectativa de vida média das mulheres coreanas é de cerca de 86 anos, enquanto a dos homens é de cerca de 81 anos.
Expectativa de vida entre as mais altas dos países da OCDE

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Além disso, a expectativa de vida saudável na Coreia do Sul está entre as mais altas dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), com números que chegam a 73-74 anos. Isso representa um aumento de mais de 10 a 20 anos em comparação com as gerações anteriores.
“No entanto – observa o arcebispo -, se nossa existência terrena chega ao fim depois de 80-90 anos, que significado ela tem no vasto quadro de uma história milenar? Que significado acrescenta à história desta terra e do universo, se nossa vida individual permanecer desconectada do eterno?”
E acrescenta: “A fé na ressurreição de Jesus não é como o ópio que nos ajuda a escapar deste mundo conturbado, como disse Karl Marx, mas implica um profundo reconhecimento de que nossas vidas neste reino temporal estão entrelaçadas com o Eterno”.
Um olhar voltado para os irmãos e irmãs da Coreia do Norte
Essa certeza, continua ele, “implica um compromisso sincero de abraçar a vida em sua totalidade, mesmo em meio às provações da adversidade, como o fracasso, a doença, a separação, a erosão do amor. A ressurreição de Jesus nos dá a esperança de que essas ‘mortes’ não são o ponto final, mas sim um novo começo, imbuído do poder divino”.
O arcebispo também fala sobre a situação na península coreana: “A fé na ressurreição de Jesus oferece um vislumbre de esperança de que até mesmo a divisão profundamente enraizada na península coreana pode se resolver em um futuro de existência unificada” e pode se transformar em “um renascimento de coabitação harmoniosa e prosperidade compartilhada”.
“Que o poder transformador e a esperança encarnados na ressurreição envolvam todos aqueles que estão lutando contra a adversidade, em particular nossos irmãos e irmãs no Norte”, auspicia-se na mensagem.
Diálogo, o caminho a seguir
O caminho a seguir, portanto, é por meio do diálogo: “O diálogo autêntico tem o potencial de transcender os conflitos e as fraturas, promovendo a empatia e a compreensão dos outros. Os líderes políticos têm o profundo dever de orientar a trajetória de suas nações em direção ao desenvolvimento e ao bem-estar coletivo de seus povos”.
Para isso, não faltam referências à situação interna da Coreia do Sul, que se encaminha para as eleições parlamentares de 10 de abril:
“Os políticos de nosso país devem priorizar o bem-estar do povo em detrimento de agendas partidárias. Portanto – conclui a mensagem -, torna-se imperativo para nós, cidadãos de uma sociedade democrática, exercer um discernimento criterioso no próximo processo eleitoral, elegendo líderes que se dediquem inequivocamente a servir aos interesses do povo. Em meio a desafios pessoais e sociais, a ressurreição de Jesus Cristo serve como um farol de esperança, ancorando nossa fé no potencial de redenção e renovação”.
(com Fides)

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