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Educação multilingue como pilar da aprendizazem intergeracional

Foram muitas as iniciativas pelo mundo fora para marcar o Dia Internacional da Língua Materna que ocorre a 21 de fevereiro. Foi criado pela UNESCO em 1999 para sublinhar a importância das línguas, protegê-las e promovê-las. Este ano o tema foi “Educação multilingue como pilar da aprendizagem intergeracional”. O programa “África em Clave Cultural” debruçou-se sobre a questão, focalizando na língua cabo-verdiana. Fê-lo com a expertise de Filinto Elísio e da Professora Graça de Pina.
Dulce Araújo – Vatican News
“O valor patrimonial da língua materna em Cabo Verde e na Diáspora” foi o tema de um webinar promovido pela ALMA KV/CV, Associação da Língua Materna de Cabo Verde, no dia 21 de fevereiro de 2024, Dia Internacional da Língua Materna. A mesma Associação, a PLTCVD, Plataforma Associação Cabo Verde Diáspora e a Uni-CV, têm em programa para o dia 24, no Campus Palmarejo desta Universidade pública, na cidade da Praia, um Fórum sobre a Língua Materna de Cabo Verde. Também a Associação Cabo-verdiana em Lisboa organiza no dia 23, na sua sede na capital portuguesa, uma mesa redonda sobre “A língua Cabo-verdiana hoje – Dia Internacional da Língua Materna”. 
Estas são apenas algumas das iniciativas com foco na língua cabo-verdiana, “a primeira das línguas de contacto criada entre colonizadores e colonizados no mundo”, como frisa a Professora Maria Graça Gomes de Pina em entrevista acerca do seu livro Português e Crioulo Cabo-Verdiano: percursos e cruzamentos. Uma entrevista realizada também em jeito de comemoração do Dia Internacional da Língua Materna pelo programa “África em Clave Cultural: personagens e eventos”. Na mesma entrevista são abordadas com a autora do livro o período de nascimento do crioulo e as fontes a que foi atingir para se tornar uma língua autónoma, e ainda o estado das investigações sobre ele e os desafios que enfrenta hoje. As palavras com que Graça de Pina remata a conversa são encorajadoras. “é uma língua que veio para ficar e vai ficar.”
E vai ficar, até porque está sempre na ordem do dia, como sublinha por seu lado, o poeta, ensaísta e editor, Filinto Elísio, na sua crónica sobre as questões das línguas em geral, na ótica da UNESCO, e da língua cabo-verdiana.  
“A grande realidade é que língua cabo-verdiana é questão na ordem do dia, com afrontamentos culturais e políticos prementes da sua oficialização e do seu ensino, ambos em evolução, mas com indecisões por parte da classe política cabo-verdiana, a despeito das declarações de enaltecimento e de ações para a dignificação da língua cabo-verdiana, destacando-se o estatuto de Património Cultural Imaterial de Cabo Verde, importante, mas longe de suficiente.”

Filinto Elísio

Para ficar com um quadro mais completo do assunto oiça aqui a emissão. 

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