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Marrocos e Santa Sé reafirmam a necessidade do diálogo inter-religioso

Por ocasião de um encontro na Embaixada de Marrocos junto à Santa Sé, para uma homenagem ao cardeal Pietro Parolin, nomeado membro honorário da Real Academia de Marrocos, o secretário de Estado do Vaticano sublinhou a importância da compreensão recíproca para enfrentar os conflitos por meio do diálogo.
Jean-Charles Putzolu – Cidade do Vaticano
As relações “cordiais” entre Marrocos e a Santa Sé foram destacadas na noite de quarta-feira, 7 de fevereiro, pelo cardeal Pietro Parolin. O secretário de Estado do Vaticano foi nomeado membro honorário da Academia Real de Marrocos pelo Rei Mohamed VI. A academia, que reúne intelectuais, cientistas e representantes do mundo da cultura, é uma instituição que tem como missão, entre outras coisas, promover o diálogo entre culturas e civilizações.
Construir a fraternidade
 
“Estes objetivos somam-se às perspectivas do Papa Francisco, que tem a grande preocupação em promover um espírito de fraternidade entre os homens de todas as religiões e culturas”, declarou o purpurado, recebido na embaixada marroquina, sublinhando o carácter indispensável do diálogo, ”fundado na verdade, na honestidade intelectual, no conhecimento recíproco” para “viver juntos, valorizar-se, construir um mundo pacífico”, apesar das diferenças.
Diante do “contexto internacional extremamente preocupante de guerras e conflitos, que muitos gostariam de ver degenerar em conflito de civilização ou em guerra de religiões”, é essencial, destaca o cardeal Parolin, “opor-se ao fanatismo e ao fundamentalismo com a solidariedade de todos crentes.”
Uma ponte entre as civilizações
 
No mesmo sentido, a embaixadora do Marrocos junto à Santa Sé falou dos esforços do seu país por uma pacificação da situação na Terra Santa: “O Marrocos sempre insistiu no primado de uma solução política para o conflito israelo-palestino, com a criação de um Estado palestiniano com Jerusalém Oriental como capital, preservando o carácter particular da cidade santa”, sublinhou a Sra. Rajae Naji Mekkaou, referindo-se ao apelo conjunto entre o Rei Mohamed VI e o Papa Francisco durante a Viagem Apostólica deste último ao Reino de Marrocos, em 30 e 31 de março de 2019. A embaixadora recorda ainda o papel histórico do Marrocos em favor do diálogo. O seu país, disse ela, continua a ser “uma ponte de comunicação entre civilizações”.
A Declaração de Rabat
 
A embaixadora, voltando às relações entre Marrocos e a Santa Sé, recordou também os esforços do cardeal Jean Louis Tauran em favor do diálogo com os países muçulmanos. O então presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso (hoje Dicastério), falecido em 2018, tinha assinado a “Declaração de Rabat” no ano anterior com a Real Academia de Marrocos; declaração que apelou à continuação do diálogo entre cristãos e muçulmanos. Um diálogo que “não é opcional”, sublinha a declaração de 3 de maio de 2017, mas sim “uma necessidade para a paz, a segurança e o bem-estar das sociedades”.

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