Notícias

O Papa aos artistas: “Mulheres co-protagonistas da aventura humana”

“Espero que a arte contemporânea possa abrir nossos olhos, para valorizar a contribuição das mulheres como co-protagonistas da aventura humana”. São palavras do Papa Francisco no encontro com os Artistas na manhã deste domingo, 28 de abril em Veneza durante sua Visita Pastoral

Vatican News
Depois do encontro com o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação e responsável pelo Pavilhão da Santa Sé na Bienal de Arte de Veneza, o Papa dirigiu-se à Capela da Prisão, na Igreja da Madalena, para encontrar os Artistas. Francisco iniciou seu discurso afirmando que gostaria de enviar a todos a seguinte mensagem: “O mundo precisa de artistas”, confirmando que ao lado deles, não se sentia um estranho, sentia-se “em casa” e explicou que na verdade se aplica a todo ser humano.

“A arte tem o status de uma “cidade refúgio” uma cidade que desobedece ao regime de violência e discriminação para criar formas de pertencimento humano capazes de reconhecer, incluir, proteger, abraçar a todos. Todos, a começar pelos últimos”

Fobia dos pobres
Enfatizando em seguida que “seria importante que as várias práticas artísticas pudessem se estabelecer em todos os lugares como uma espécie de rede de cidades refúgio, colaborando para libertar o mundo de antinomias insensatas e já vazias”, disse o Papa, “que tentam se apoderar no racismo, na xenofobia, na desigualdade, no desequilíbrio ecológico e na aporofobia, esse terrível neologismo que significa ‘fobia dos pobres’. Por trás dessas antinomias, há sempre a rejeição do outro.
Irmãos em todos os lugares
E fez um importante apelo aos artistas pedindo “imaginem cidades que ainda não existem no mapa: cidades onde nenhum ser humano é considerado um estranho. É por isso que quando dizemos ‘estranhos em todos os lugares’, estamos propondo ‘irmãos em todos os lugares’”.
“Com os Meus Olhos”
Ao se referir ao título do Pavilhão da Santa Sé que tem como título ‘Com os Meus Olhos’ disse:

“Todos nós precisamos ser olhados e ousar olhar para nós mesmos. Nesse aspecto, Jesus é o Mestre perene: Ele olha para todos com a intensidade de um amor que não julga, mas sabe estar próximo e encorajar. Eu diria que a arte nos educa para esse tipo de olhar, não possessivo, não objetivante, mas também não indiferente, superficial; nos educa para um olhar contemplativo”

Mulheres co-protagonistas da aventura humana
Depois de afirmar que “ninguém tem o monopólio da dor humana”, recordou que “há uma alegria e um sofrimento que se unem no feminino de uma forma única e que devemos ouvir, porque elas têm algo importante a nos ensinar”, citando artistas como Frida Khalo, Corita Kent ou Louise Bourgeois. Concluindo:

“Espero de todo o coração que a arte contemporânea possa abrir nossos olhos, ajudando-nos a valorizar adequadamente a contribuição das mulheres como co-protagonistas da aventura humana”

Por fim concluiu recordando “a pergunta que Jesus fez às multidões a respeito de João Batista: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Mas, que fostes ver? (Mt 11, 7-8). Guardemos essa pergunta em nosso coração”, concluiu o Papa, “ela nos impulsiona para o futuro”.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Vistos

Sair da versão mobile