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Papa na penitenciária feminina de Rebibbia: será recebido com grande alegria

A religiosa, ir. Maria Pia, que há muitos anos é voluntária na instituição, fala sobre a atmosfera de expectativa que antecede a tarde de amanhã (28), quando Francisco celebrará a Missa da Ceia do Senhor no cárcere romano: as mulheres presas ainda sentem um enorme sentimento de culpa “pelo sofrimento que causam a uma mãe idosa ou, pior ainda, a uma criança pequena que não podem ver crescer”.
Roberta Barbi – Cidade do Vaticano
As mulheres da penitenciária de Rebibbia, que o Papa Francisco visitará amanhã, 28 de março, à tarde, na Quinta-feira Santa, para celebrar a Missa da Ceia do Senhor e o rito do Lava-pés, estão mais sorridentes. “Há dias elas estão incrédulas, assim que nos veem perguntam se é verdade e quando se dão conta ficam felizes, dizem que o Papa realmente deseja amar as pessoas que sofrem”, conta à Rádio Vaticano – Vatican News – a irmã Maria Pia Iammarino, da Congregação das Irmãs Franciscanas dos Pobres, que há anos se dedica à pastoral carcerária e é voluntária na instituição. Então, continua a religiosa, “algumas delas ficam chateadas porque acham que correm o risco de não participar da missa, mas é preciso dizer que o diretor está fazendo grandes esforços para que a maioria das detentas possa estar presente”.
Nunca perder a esperança
Quando visita uma instituição penal, o Papa frequentemente recomenda aos detentos que nunca percam a esperança, que sempre olhem para Jesus, que nunca decepciona e nunca se cansa de nos amar, perdoar e abraçar. “Tudo isso é comunicado às presidiárias com gestos”, explica a Irmã Maria Pia, “a elas não devo dizer que Deus as ama, mas ser uma testemunha do amor que Deus tem por elas, ter um olhar de benevolência e aceitação sem julgamento”. Então, depois de ganhar a confiança delas, você também pode agir com palavras: “Muitas vezes elas nos precedem”, conta a religiosa, “muitas vezes elas relatam que se sentem amadas por Deus em seu cotidiano na cela. Elas também são uma forte experiência de evangelização para nós que vamos visitá-las”.
Irmã entre irmãs
A irmã Maria Pia é religiosa, voluntária, mas, acima de tudo, uma mulher que está com outras mulheres que vivem um drama duplo em sua condição de detenção: “Estive nas seções masculina e feminina, sempre há muito sofrimento, mas para as mulheres”, reconhece, “é mais difícil. Elas sentem um grande sentimento de culpa pelo crime que cometeram e um sentimento de culpa ainda maior pelo sofrimento que causaram lá fora, a uma mãe idosa ou, pior ainda, a uma criança pequena que não podem ver crescer, a quem não podem acompanhar à escola todos os dias, ao lado de quem não podem estar em momentos de dor ou doença”. A irmã Maria Pia ouve essa dor, como uma amiga: “Eu me aproximo delas com simplicidade, sou uma mulher ao lado de outras mulheres e convivo com elas; ainda me lembro da primeira vez em que entrei na penitenciária de Rebibbia e uma detenta me disse que eu tinha sido bondosa por não ter tido medo delas”.
Dar e receber misericórdia
A respeito da celebração com o Papa Francisco, a Irmã Maria Pia espera que as detentas de Rebibbia possam guardar para sempre consigo a alegria do Santo Padre e sua fé absoluta na misericórdia de Deus: “Como ele diz, podemos dar misericórdia porque a recebemos primeiro. Espero”, conclui a religiosa voluntária, “que elas possam experimentar essa plenitude em seus relacionamentos entre si e com os membros de suas famílias. E não se esqueçam da esperança, sem a qual não há possibilidade de construir o futuro”.

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