Foram duas horas de audiência, como contou ao Vatican News o presidente, da Conferência Episcopal Portuguesa Dom José Ornelas Carvalho, Bispo de Leiria-Fátima. E realizada no estilo inaugurado por Francisco: um diálogo franco e sincero sobre os desafios eclesiais e sociais que os bispos enfrentam em suas dioceses.
Vatican News
Sexta-feira, 24 de maio, foi a vez de os membros da Conferência Episcopal de Portugal se reunirem com o Papa no âmbito da visita ad Limina.
Foram duas horas de audiência, como contou ao Vatican News o presidente, Dom José Ornelas Carvalho, Bispo de Leiria-Fátima. E realizada no estilo inaugurado por Francisco: um diálogo franco e sincero sobre os desafios eclesiais e sociais que os bispos enfrentam em suas dioceses.
“Uma coisa muito bonita, logo à chegada, foi a mudança de paradigma e de estilo, que reflete aquilo que nós estamos a viver como uma Igreja sinodal. Normalmente, o encontro começava com um discurso oficial do presidente da Conferência, seguido de um discurso do Papa e depois havia um espaço para perguntas e respostas. Hoje, estávamos todos sentados em círculo com o Papa e ele começou: “Digam vocês, o que é que querem falar? O que é que querem dizer, sugerir, perguntar…”. Foram duas horas quase de encontro. E isto foi a grande, a grande mensagem que passou ao longo deste deste diálogo todo, em que percorremos os assuntos da Igreja portuguesa, as preocupações dele também em relação ao mundo, em relação à Igreja e que a todos nos enriqueceu e em alguns pontos penso que vai dar o seu fruto também para nós.”
Outro tema em debate foi a migração: “Somos um povo que foi imigrante, que imigrou para e foi criando mundos novos por aí fora e agora outros vêm e ele diz: ‘Vocês têm de acolhê-los. Bem, porque o mundo onde nós vivemos é um mundo migrante constante, a Igreja emigrante. Nós todos somos migrantes e temos de aprender a acolher nos uns aos outros. Ele disse: ‘Vocês são um país que eu sei também com fraca natalidade, vocês precisam dos imigrantes e os imigrantes precisam de vocês!”.
A visita “ad limina Apostolorum”
A visita “ad limina Apostolorum”, que significa no limiar, na entrada (das basílicas) dos apóstolos (Pedro e Paulo), é uma visita dos bispos diocesanos aos túmulos dos Apóstolos, na Diocese de Roma, a primeira de todas as Dioceses do mundo e onde está a Sé de Pedro, com quem se encontram na pessoa do Santo Padre.
A visita é feita com periodicidade quinquenal, ou seja, obrigatória a cada cinco anos. Evidentemente que isso depende muito da época e dos compromissos do Papa e do número de Bispos Católicos.
Desde tempos remotos era costume que os bispos fizessem esta visita periódica ao Papa, em Roma. O caráter obrigatório das visitas foi expresso sob o Pontificado de Pascoal II (1099) e principalmente em decretos de Inocêncio III (1160). O ritmo atual das visitas foi decretado pelo Papa São Pio X que, em dezembro de 1909, já pedia que os Bispos enviassem junto com a visita um relatório completo sobre o estado de suas dioceses.
Essa obrigatoriedade é contemplada hoje no Código de Direito Canônico e a periodicidade começou em 1911.
Embora a obrigação da visita seja dos bispos titulares, estes, em geral, são acompanhados pelos auxiliares.