O cardeal iraquiano observa que as divisões que se infiltram entre os cristãos no Iraque e no Oriente Médio têm uma matriz política. “Não há salvação para nós sem unidade e solidariedade, sobretudo porque nossos números no Iraque estão diminuindo e nossa presença está ameaçada”, afirma de modo categórico o patriarca caldeu Louis Raphael I Sako “aos caldeus do mundo inteiro”
Vatican News
As perseguições aos cristãos continuam por meio da perda de empregos, confisco de propriedades, conversões forçadas pelo Isis ou por outros grupos, islamização de menores e negação …
O sectarismo está aniquilando o senso de pertencimento da nação iraquiana, e até mesmo os cristãos estão sendo “arrastados para a lógica sectária e suas divisões”. Para eles, uma comunidade minoritária frágil, o contágio do sectarismo é equivalente à autodestruição.
É um apelo sincero e peremptório do patriarca caldeu Louis Raphael I Sako “aos caldeus do mundo inteiro”. Um alarme lançado no limiar do que, para o cardeal Sako, parece ser uma hora extrema para as comunidades cristãs autóctones no Iraque. Um tempo final em que sua própria persistência nas terras de suas raízes históricas parece estar ameaçada não tanto por inimigos externos, mas por ambições sectárias e impulsos que dividem os corações dos irmãos e irmãs em Cristo.
Toda casa, dividida em si mesma, não pode subsistir
O patriarca recorda, no próprio título da Mensagem, as palavras de Jesus no Evangelho segundo Mateus: “Todo reino dividido em si mesmo vai à ruína; e toda casa, dividida em si mesma, não pode subsistir”.
Na Mensagem, divulgada no domingo, 18 de fevereiro, o patriarca questiona “as influências internacionais e regionais e os Partidos corruptos” que “estão trabalhando para dividir os iraquianos em comunidades sectárias” e “conseguiram aniquilar o sentimento de pertencer a uma nação”.
Governos incapazes de proteger a soberania nacional do país
O anúncio foi publicado em árabe no site oficial do Patriarcado Caldeu no último sábado, 15 de julho.
“Agora, no Iraque – prossegue o patriarca -, todos afirmam pertencer à sua própria comunidade: xiitas, sunitas, curdos e agora também cristãos”, enquanto os governos, “também enredados nessa lógica sectária”, parecem incapazes de proteger a própria soberania nacional do país.
O cardeal caldeu confessa que “notou com dor” todas as divisões dentro das comunidades cristãs iraquianas durante sua recente viagem à Bélgica e à Holanda. Mesmo nesses países, entre os cristãos iraquianos na diáspora, “há aqueles que se autodenominam caldeus ou assiro-caldeus e aqueles que se autodenominam assírios ou siríacos”. Há aqueles que estão se mobilizando para “fundar um novo Partido” e aqueles que “estão planejando organizar uma conferência caldeia, e isso certamente não é para o bem dos caldeus”.
Divisões entre cristãos iraquianos nos levam à autodestruição
As divisões entre os cristãos iraquianos, insiste o patriarca, “nos levam à autodestruição”, um cenário que deve ser evitado convocando os caldeus a se unirem “em torno de sua identidade e de sua Igreja”.
O patriarca Sako, que atualmente está em uma viagem altamente sugestiva à Arábia Saudita, afirma seu apoio à unidade das Igrejas, lembrando que “a unidade é alcançada com pessoas fortes, não com oportunistas”.
Presença de cristãos no Iraque está ameaçada
A homenagem a Maria como inspiradora da proximidade entre crentes do islã e do cristianismo foi expressa pelo patriarca caldeu durante a noite de diálogo islâmico-cristão …
O cardeal iraquiano também observa que as divisões que se infiltram entre os cristãos no Iraque e no Oriente Médio têm uma matriz política. O patriarca convida todos a considerar o que está acontecendo no Líbano, onde as tentativas do patriarca Bechara Boutros Raï de reunir os partidos políticos maronitas para escolher um Presidente da República “não foram bem-sucedidas”.
“Não há salvação para nós”, conclui o cardeal Sako, “sem unidade e solidariedade, sobretudo porque nossos números no Iraque estão diminuindo e nossa presença está ameaçada”.
(com Fides)
