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Pizzaballa: “sementes do bem numa terra dilacerada por conflitos”

Na Missa do Domingo de Páscoa celebrada no Santo Sepulcro, o Patriarca latino de Jerusalém S.B cardeal Pierbattista Pizzaballa fez um apelo : “no espírito do Ressuscitado queremos ser o fermento que fermenta toda a massa (1Cor 5,6), “tochas acesas na noite” e “sementes do bem numa terra dilacerada por conflitos”.
Lurdinha Nunes- Jerusalém
Acompanhado pelos frades da Custódia da Terra Santa, o Patriarca latino de Jerusalém S.B cardeal Pierbattista  Pizzaballa, às nove e meia da manhã ,entrou na Basílica do Santo sepulcro para presidir a celebração da Missa solene de Páscoa.
Participaram da celebração cristãos locais e pequenos grupos de peregrinos, nesta que è absolutamente única, ou seja, no lugar onde os fatos aconteceram. Aqui se proclama a vitória de Cristo sobre a morte :  “No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi a este túmulo pela manhã, enquanto ainda estava escuro, e viu que a pedra havia sido removida do túmulo”.

Missa do Domingo de Páscoa celebrada no Santo Sepulcro

Na homilia o Patriarca abordou pontos fundamentais da Páscoa de Jesus. Este acontecimento que nos envolve transforma o nosso doloroso presente numa experiência de vida.
“O Evangelho fala de noite e de trevas, que no entanto, já não assustam, porque estão prestes a ceder à luz da manhã que se aproxima. Fala de pedra poderosa, mas derrubada e que já não fecha mais  nada; de discípulos correndo;de sinais de morte – que já não prendem ninguém; de olhos que vêem; de corações que crêem e da Escritura que é revelada ao pleno entendimento. É um Evangelho cheio de entusiasmo e de vida. É uma palavra de vida que ainda hoje nos atinge e toca os nossos corações.
Neste momento queremos também expressar um agradecimento especial ao Santo Padre que com uma linda carta nos convidou a sermos “tochas acesas na noite”.
E na verdade, como já dissemos muitas vezes, esta noite de violência e de guerra parece nunca ter fim. Tudo parece envolto em desconfiança. A única voz forte e decisiva parece ser a das armas. As muitas tentativas de cessar as hostilidades foram em vão. Os apelos ao cessar-fogo, à resolução do conflito de uma forma diferente das armas, parecem inúteis.
A dor envolve a todos e não consiguimos interpretar este momento. Porém, estamos começando a entender uma coisa: é hora de recomeçar. Será necessario  uma ressurreição, uma nova vida.
Teremos que nos comprometer seriamente para que palavras como “esperança, paz, verdade, perdão e encontro” voltem a fazer sentido e sejam percebidas como credíveis por todos nós, através de gestos que reconstruam a confiança que foi profundamente ferida.  Rezamos para que o acontecimento que mudou a vida de Maria Madalena, Pedro e João, de todos os outros discípulos, e depois deles, de muitos profetas e santos de todos os tempos, se repita para nós.

Santo Sepulcro

E assim, no espírito do Ressuscitado, queremos ser o fermento que faz fermentar toda a massa (1Cor 5,6), “tochas acesas na noite” e “sementes de bem numa terra dilacerada por conflitos”.
O pequeno grupo que não cede, mas com entusiasmo e coragem, superando todo o medo, o precede. Na Galileia, nas nossas casas, nas nossas Igrejas, onde alguem está sozinho ou perdido, queremos ir para dizer mais uma vez que o Senhor nos visitou, nós o vimos. O Ressuscitado está aqui entre nós e nos precede em todos os lugares. Concluiu o  patriarca.
E no final da  celebração aconteceu a tradicional e emocionante procissão ao redor do Santo Sepulcro, onde o  Evangelho da Páscoa foi  cantado nas versões dos quatro evangelistas para estender  a sua riqueza incomensurável em todas as dimensões possíveis e para que se chegue a todos os confins da Terra.

Missa do Domingo de Páscoa celebrada no Santo Sepulcro

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