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“Quaresma de oração e reconciliação” na Mongólia, explica cardeal Marengo

“Tudo deve ser novo, em vista de uma renovação real, profunda, não apenas exterior”, diz o purpurado italiano, prefeito apostólico de Ulan Bator desde 2 de agosto de 2020 e criado cardeal pelo Papa Francisco no Consistório de 27 de agosto de 2022. A comunidade mongol sente um forte vínculo com a Santa Sé: “Traduzimos para o mongol a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma e distribuímo-la na Quarta-Feira de Cinzas”. Além disso, o mongol é mais uma língua a fazer parte do Vatican News.
“A nossa pequena comunidade católica na Mongólia está vivendo com intensidade este tempo de Quaresma. As nove comunidades paroquiais lançaram os seus programas pastorais e espirituais. Concentramo-nos no tema da oração, neste Ano da Oração, convocado pelo Papa para a preparação ao Jubileu”, declara à Agência Fides o prefeito apostólico de Ulan Bator, cardeal Giorgio Marengo.
“Contextualmente – continua – a Quaresma sempre se reveste de um aspecto interessante, porque seu início coincide com o Ano Novo Lunar. Este ano o calendário mongol coincidiu com a data adotada na Coreia e na China. Tivemos o Ano Novo no final de semana, e na semana seguinte, o caminho quaresmal começou com a Quarta-feira de Cinzas. Por um lado, o Ano Novo é tempo de abundância e de festa, não de renúncias; por outro, traz consigo valores profundamente em sintonia com o Evangelho, como a renovação, por exemplo. Tudo deve ser novo, em vista de uma renovação real, profunda, não apenas exterior”.

A partir de hoje, 31 de janeiro, a Rádio Vaticano – Vatican News fala também o idioma mongol. A língua foi acrescentada aos 51 idiomas já presentes, tanto escritos quanto falados, …

 
“Devemos reconciliar-nos – sublinha o prefeito apostólico – para que tudo o que foi vivido no ano anterior, algum desentendimento ou alguma tensão, seja deixado de lado e se recomece com as relações pacificadas. Um segundo aspecto: é o momento em que todos completam mais um ano, porque o inverno ficou para trás e são honrados os idosos como portadores de sabedoria coletiva. Neste sentido há também uma sintonia para nós, cristãos, considerando a figura dos pais e mães espirituais a quem recorrer com maior frequência durante a Quaresma”.
A comunidade mongol sente um forte vínculo com a Santa Sé: “Traduzimos para o mongol a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma e distribuímo-la na Quarta-Feira de Cinzas. Além disso gostaria também de recordar que, recentemente, o mongol entrou oficialmente como a 52ª língua de difusão do Vatican News. Temos agora esta plataforma na qual, por enquanto, podemos traduzir semanalmente a catequese das quartas-feiras do Papa e o Angelus dominical. É o patrimônio de ensino do Papa que as pessoas podem consultar: procuramos valorizar o que o Papa Francisco nos recorda neste período da Quaresma”.
O purpurado sublinha ainda “este aspecto das relações novas, reconciliadas porque precisamente nisto se alicerça a reflexão sobre a paz, que infelizmente parece estar em discussão em muitas partes do mundo. O Ano Novo Lunar nos ajuda a dar esse passo: para que chegue a paz, é preciso que cada um de nós parta das próprias relações, de sermos nós trabalhadores e semeadores de paz. É, portanto, um convite a comprometer-nos pela paz a partir da nossa conversão pessoal”.
No dia 5 de março, a Igreja local viverá um dia de retiro quaresmal para os sacerdotes, consagrados e missionárias presentes na Mongólia, com a presença do padre Mauro Giuseppe Lepori, abade geral da Ordem Cisterciense.
Por fim, no âmbito da caridade, a Comissão “Justiça, Paz e Integridade da Criação” está procurando se organizar para ajudar os agricultores que, nas zonas rurais, ficaram bloqueados por nevascas particularmente intensas. “Em poucos dias um agricultor pode perder quase todo o seu gado, porque os animais ficam literalmente soterrados pela neve. Estamos tentando entender o que pode ser feito em termos concretos por eles: este poderia ser um dos compromissos que gostaríamos que pudesse caracterizar a nossa Quaresma de fraternidade”, conclui o cardeal Marengo.
*Agência Fides 

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